EU QUERIA falar de amor. Falar das relações entre pessoas, entre amigos. E ai, vendo o Lata Velha de hoje, onde dois amigos aprofundaram tanto essa vivência que um deles doou para a esposa do outro um rim.

E ai, falo de amor e doação de órgãos.

Antes de tudo, é preciso tentar transmitir a emoção que une os dois caras, cantando uma música feita de um amigo - Roberto Carlos - para outro grande amigo - Erasmo. E eles, Joilton e Guilherme, explodiram no palco em emoção e sentimentos. Como dizer que não há amor entre homens, ao vermos a ternura e agradecimento nos olhos de um para o outro, aquele que tirou uma parte de seu próprio corpo para salvar a vida da mulher do... amigo!
Não há como medir isso. Não com as réguas desse mundo desastroso e cheio de desamor. A definição de amor nos dias atuais mudou sua essência. Hoje esse sentimento mudou para um patamar de toques, sentidos. Amor hetero ou homossexual é obrigatório a experiência da cama. E quase sempre acaba ali. E sempre por isso é que o amor deixou de ter as cores da pureza, do desinteresse, de se abrir mão pelo outro.
Esses caras fizeram isso. E o prêmio para Joilton é ter se transformado para sempre num exemplo eterno para seu casal de filhos. Para a esposa. Nem importa o que sentem Guilherme e Monique, que claramente é um amor enorme. Joilton construiu para sua família uma bolha de amor que vai durar para sempre. Seus filhos jamais deixarão de ser admiradores de um cara que se abriu para a vida, sorriu para o mundo e disse: se eu posso, eu faço.
Doação de órgãos é vida. Declaro aqui ser doador de tudo que meu corpo possa permitir ser reutilizado após minha morte. Espero que sobre o bastante para ser fruto de perpetuação de solidariedade e amor. Atitude e sentimento. É isso que importa para quem tem fome de dias verdadeiramente melhores no futuro.

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