A passagem das pessoas parece que dignificam a alma, independente do que foram por aqui. Mesmo a pior atitude em vida se apaga junto com a luz da vida. Afora as ações até mesmo desumanas cometidas na caminhada por esse vasto mundo ainda assim, hav

erá algo a ser somado pela vinda de um Ser Humano ao seu destino terrestre.
Morrer é coisa que todos nós vamos encarar. Seja de dentro ou fora de uma urna, nossa história sempre vai terminar assim. O último adeus de cada um pode ser o sinal de que portas se abrem. Se há vida após a morte eu não sei. Mas garanto que alguém passou por aqui, se deixou reciclar e deixou marcas. Sejam boas, ruins ou ambas.
Quando eu olho no espelho, nas minhas mãos sinalizando sinais inequívocos da chegada do dia de se ir embora, penso se tive boas ou más lembranças. Somo tudo. Isso eu aprendi! Subtraio aquilo que não serve, dando peso maior ou menor, a depender do que seja. Meu saldo, em humilde constatação, é positivo. Pouco, mas ainda é algo que deva ser comemorado.
Eu tenho dificuldades com a proximidade da morte. Não a minha, mas daqueles que eu amo. À distância ou mais proximamente todos eles me afetam profundamente quando se vão. Voltam memórias, reacendem-se sorrisos, repetem-se lágrimas, e tudo fica muito dolorido.


Na minha morte, que espero seja tão rápida quanto o meu pensamento a respeito, queria poder ver de cima o que dirão de mim na despedida. Porque não quero o choro dos meus filhos, quero deles o belo sorriso de cada um. Pois sou grato pela vida que dei a eles, e mesmo que não sejam meus reflexos, são, cada um, o espelho que miram para futuros distintos.
Na minha morte, que haja sol e chuva. E terra molhada. E que eu mesmo falhando em ter deixado um mundo melhor aos descendentes, veja reconhecido meu esforço de faze-lo.
Tu que és tão forte, me abraça, me acalenta, me faça leve e deixe que eu vá!


Leave a Reply