Tem histórias que a vida me reservou e são detalhes que nunca esqueci. Diz minha irmã Chris que eu lembro de coisas que ninguém lembra. É mais ou menos assim.
Tinha eu uns 12 anos e resolvi que eu sabia escrever. Música, então, porque eu achava que era o fodão da turma. E fiz uma musiquinha, que me persegue até hoje. Mas o mais bacana é que eu tinha um amigo que a convivencia era tamanha que a gente descia pro clube cantando a tal musiquinha. Passou o tempo, já adultos, me encontro com o amigo (saudoso amigo que se foi tão cedo) e ele numa roda de conversa canta a minha música como se fosse dele! Nossa! Fiquei bolado, falei na hora, mas a amizade era tanta que tudo ficou por isso mesmo. O legal disso tudo é que ele, depois, nós dois sós, confessou pra mim: cara, eu jurava que era eu quem tinha feito! Mas agora que a gente se encontrou, entendo que passei minha adolescencia iludido com uma coisa que não era minha... ele se foi, e a saudade bateu porque amigos desses a gente leva pra sempre:
Silencio!
ouça o teu coração
veja como bate tum tum tum tão
tum tum tum tão
sinta o pulsar da vida
veja no clamor do sangue
note que em cada batida
tum tum tum tão
vai mais sangue pelas veias
transmitindo movimento
acendendo as candeias
da chama ardente no peito
Do movimento tão louco
dos dedos no rosto amado
do olhar desengonçado
sem saber pra onde olhar....
tum tum tum tão
silencio!
cala o teu coração
veja como bate
tum tum tum tão
tum tão....