Dizem que sou louco... pode ser. Afinal, quem não tropeça na sanidade em algum momento, e assim torna-se insano! Dizem que não tenho noção, de perigo, de responsabilidade, de bom senso... é, acho que sou assim. Afinal, quem em sã consciencia se arriscaria a sonhos tão intensos, tão profundos que seriam, para a maioria, sonhos que não se podem ter!
Dizem que falo muito... acertaram. E falo tanto que às vezes até eu mesmo não me escuto. Isso acontece, quase sempre, quando a minha fala ultrapassa o limite da insistencia, e assim me perco no meu próprio contexto. Dizem que sou um problema... mas isso é devido ao fato de que busco com veemencia a solução de problemas. E ser assim costuma doer tanto quando o resultado final é o problema vencendo.
É, tento seguir meu caminho, lutando contra o que me destinam. Costumo me ver olhando para um vazio à minha frente, um vazio qualquer - a sombra de uma árvore, uma nuvem que tampa o sol - e pensando que tudo isso é inutil. Insistir num plano ético onde impera a verborragia inócua, tentar fazer realidade um consenso em favor do bem comum, é tão terrível quanto descobrir-se numa condição de miserabilidade humana compativel com a de um... louco!
E louco volto a ser. Porque só louco para pensar assim. Continuo numa caminhada sem rumo e isso é sinal de loucura. Mesmo não sendo lógico, na minha visão é imprescindível a manutenção na crença dos bons. É sem fim a luta do certo contra o errado. E também é dificil não entender que existam tantas pessoas bem intencionadas quantas são as maldades que encaramos nesse mundo.
Ao final, sigo pensando que se em algum momento me tornei bêbado, e assim me transformei em palhaço, por toda a vida optei pela loucura que acredito ser boa: aquela que me faz sonhar o impossível, querer o imponderável, acreditar na bondade do ser humano e no bom humor como alimento da alma. Sigo louco, e assim persisto com a frase às costas: "o mal só vence quando os bons se calam". Louco, insano, um pouco tonto e cheio de sonhos...

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