Ética. Preocupação social. Visão ampla das necessidades de uma cidade. Contribuição voluntária. Luta por ideais.
   Todas essas palavras e posicionamentos, e mais alguns, aparecem em campanhas eleitorais como se fossem  atos motivadores para arrebanhar votos. Passado o tempo do embate das urnas, o que vemos? Em um primeiro momento, assistimos à acomodação popular e o sorriso da maioria dos eleitos, felizes com a conquista. E só.
   Tentei agir na contramão dessas atitudes. Mantive a posição de cobrança, a preocupação com o povo, a inércia dos politicos. Mesmo porque trabalhei por um grupo, e por ele, me se sinto comprometido com as causas que esse mesmo grupo abraçou. Assim, busquei me colocar disponível para ajudar a todos os novatos da casa legislativa e me apresentei à disposição da prefeitura, para que pudesse ajudar com o que pudesse fazer de melhor.
   Algumas pessoas me entenderam, e permitiram que eu ajudasse no possível. Acreditando estar sendo útil, tenho sido visto constantemente na Camara e na Prefeitura, locais públicos e populares, em busca de soluções e informações para repassar ao - até 7 de outubro - eleitor, carente de serviços básicos.
   Outras, ao contrário, parece que interpretaram meu gesto como maneira de pressionar para ganhar um cargo ou vantagem financeira. Imaginam que sou funcionário de vereador, até mesmo da camara. Que estou indo à prefeitura para exigir a contrapartida de meu trabalho.
   Por isso, fui chamado, em tom jocoso, de "piolho de prefeitura", "vereador sem cadeira", "puxa-saco" e outras "brincadeiras" que relevei imaginando que ajudar era mais importante.
   No entanto, mal sabem as pessoas que assim estão agindo que até onde me consta não sou remunerado por nada que fiz... ou faço. Não há um só vereador capaz de afirmar ter me dado R$5,00 como contribuição ao meu trabalho. O digno sr. prefeito não pode sequer dizer que lhe pedi uma audiencia, mesmo porque acho que não é o momento para pedir nada. Mas mesmo assim, não tenho da prefeitura nada mais do que o atendimento peculiar que se dá a um companheiro de luta e de campanha. Sem favores, sem favorecimento. Apenas a verdadeira afirmação de uma parceria conquistada com respeito.... e amizade. 
    Dizer tudo isso para que? Para que não mais me imaginem como dono da verdade. Para que não mais me critiquem quando defendo o novo governo e a nova camara. Faço isso pessoalmente e em redes sociais porque acredito no que vejo sendo feito. Tenho certeza das boas intenções de quem está lá trabalhando. E não porque esteja recebendo favores ou dinheiro por isso. 
   Sou da massa critica que sofre com as carencias do serviço publico. Não dos poucos privilegiados que usufruem dela. Nesse periodo, vi vereadores se desesperando com a dor de cidadãos aos quais não conseguiu ajudar, se exasperando com as carencias ocasionadas pela ação do executivo. E não foram poucos os que vi assim. Mas e dai?
   Serve tudo o que escrevi para dizer aos meus opositores, àqueles que acham que sou um incomodo quando me encontram na prefeitura ou na camara, aos que pensam que trabalho para alguém, por isso faço o que faço, serve tudo isso para dizer que, num primeiro momento, venceram. Não mais me envolvo com os processos de ajuda ao povo, não serei mais um a circular pelos corredores da camara atras de problemas nos quais possa intervir. E acima de tudo, farei como todos aqueles partidários do novo governo que acreditam que o que é dito em redes sociais não tem alcance, não serve nem para formar opinião, menos ainda para informar. Melhor aguardar a saida dos jornais para sabermos das novidades.
   Não sou peça de manobra, nunca fui. Aceito, quase humilhado, a inutilidade de muito que fiz até agora. Novos rumos precisam ser tomados. E que cada um de nós possamos repensar a importancia de atos e gestos no contexto da politica municipal.
 Seremos um grupo no momento em que agirmos como tal. Seremos de um governo, trabalhando nos órgãos públicos ou mesmo contribuindo com eles. E se hoje não faço nenhuma coisa nem outra, não significa que amanhã não estarei fazendo. Estou apto e pronto para intervir, se assim tiver oportunidade. Como funcionário da camara, da prefeitura, como colaborador, não importa. Mas antes é preciso vencer as barreiras da vaidade, deixando claro aos vigias de plantão de que não sou aquilo que eles pensam.

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