Sozinho as coisas são, conflitantemente, fáceis de resolver e difíceis de resistir; faceis quando, sozinho, tudo se cria e se acaba no numero um; dificeis, pois sem compaixão, a solidão impoe a constatação de que certo ou errado, ninguem há de contestar o resultado. E a soma é irresistivel na medida em que somos promotores e juizes de nós mesmos.
Sozinho você vê soluções nunca pensadas, e problemas que não existiam. Vive na berlinda da dúvida, sem saber se realmente é correta aquilo em que ficamos pensando por horas, por falta de quem possamos compartilhar.
Mas solidão é bom, faz repensar coisas passadas. Achar resultados em tudo que se passou e, de repente, ver o que foi bom de verdade, o que marcou nossa alma. Descobrir, meio que triste, que o tempo não volta, e portanto não é possivel voltar ao passado; muitas vezes o passado mais assusta que entusiasma, mas voltado para dentro, a gente descobre que não é possivel ser feliz com o que viveu. Não dá para voltar a fita simplesmente... as vezes tem que se parar tudo e rever a realidade.
Solidão, não é apenas uma palavra, é também modo de vida; nem é tanto pela sensação, é pela consequencia de se ver sozinho. E, mesmo sabendo que tudo é muito individual, se procurar em mim mesmo as dores do mundo, na solidão encontro um balsamo para superar tudo aquilo que, sei, são apenas meus fantasmas interiores.
"Não dá para voltar a fita simplesmente... as vezes tem que se parar tudo e rever a realidade..." e constatar que tudo pode ser diferente e muito melhor!