A acepção da palavra benção se traduz por "a mão de Deus sobre nós"; dai, tanta importancia dada aos mais velhos do poder de abençoar todos a quem se quer bem.
Vejo hoje em dia isso como uma coisa menos nobre, ridicula para os jovens e em desuso pelos mais velhos. Mas sinto, voltando no tempo, que pedir benção aos que nos geraram ou nos deram ensinamentos, é coisa para se guardar... e pedir!
Fico rindo agora, me lembrando de quando dormia em meu quarto de "homem", separado, e de lá ficava gritando "bença, pai, bença, mãe"... e lá do fundo, vinham as palavras que me garantiam o sono tranquilo, livre de pesadelos e sobressaltos: " Deus te abenççoe, meu filho!".
Volto ao presente e vejo meus moleques mais novos, ainda cultivando essa modinha, assim como tambem o costume de pedir não só aos pais, mas aos avós, aos tios. Então, com a casa cheia, sobrinhos empilhados na sala, avô e avó no meio, a ladainha da bença! se prolonga por minutos intermináveis. Basta um acabar de pedir, lá vem o outro repetindo tudo, e assim sucessivamente até se calarem as vozes e o silencio traduzir a presença Divina entre todos.
Não é a solução dos problemas. Não é, também, o remédio para as dores. Mas cura a alma, acalenta o espírito e renova o sentimento de respeito pelos mais velhos, pelos pais e pais de seus pais. A benção, de verdade, nos faz bem. E, por mais simples que seja, é coerente com o amor daqueles que nos deveriam servir de exemplo.
Por isso, mesmo mais distantes que o normal, "Bença, pai!", Bença, mãe" De onde estiverem, iluminem meu caminho!