Vou colecionando, em silencio, mágoas por toda a vida. Essa sensação, que não tomo como sentimento, que temos quando somos humilhados ou desprendidos do nosso eixo. Um "trem" ruim, que é menos que raiva mas faz muito mais mal quando, enrustida no peito, se perpetua pela sequencia dos dias.
Mágoas de amigos, irmãs, parentes, conhecidos, mágoa do vizinho, e isso se somando transforma o ser humano. Ele se torna um transgressor de si mesmo, um poço de reclamações. aquela conversa chata, o cara só reclama da vida.
Mas a mágoa deve ser vista como ensinamento, nunca como um bem a se adquirir. Esse erro maior que quase todos cometemos: deixamos que ela se arranche no peito, e ai para arrancar, um tanto dele vem junto!
Mágoa, aprendi, deve ser vista como marca da vida: cicatriz que fica como lembrança do que não gostamos. Mas só isso. Porque mais é deixar que o mal triunfe. Pode ser mera marca superficial, daquelas mágoas momentaneas e partintes. Mais profundas, feito corte de arma branca, que ao se fechar deixa um trilho na pele; essas, que mais doeram, devem servir de exemplo contra todas as outras iguais que se seguirem. Que seja uma marca mais funda, daquelas que tiram parte da carne, deixando um buraco marcado; mágoa que escondemos, mas que jamais poderá voltar a nos incomodar.
É, pois a mágoa não parece uma figura transparente em nossas vidas. Mas como tal deve ser tratada. Um fantasma a ser exorcizado, uma lição para não ser esquecida.
E segue a vida, de preferencia mais leve, que pesada bastaa lida. Chega de ver tanta coisa perdida, tantas amizades abandonadas por conta de  bobagens que só depois de perdidas, a gente descobre que fomos idiotas. E segue o rumo, porque ser feliz pode não ter receita, mas que parar de cultivar mágoas é um bom começo, ah, lá isso é!

One Response so far.

  1. Jane says:

    Achei esse texto confuso e na foto você tá com cara de mágoa...

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