Estrada da Liberdade

Há muito tempo não pego a estrada com aquela gana de "comer" quilometros e me sentir como um passarinho, voando baixo por ai. Mas esses dias eu tenho tido chance de ver outra paisagens.
É cansativo, mas divertido passear pelas estradas que levam a Jabó. A estrada em principio é perigosa, já que não tem acostamento, menos aindauma grande visão; mais um motivo para maneirar no pé, e ai fica gostoso apreciar "casas entre bananeiras, mulheres entre laranjeiras"... é mesmo muito bom.
Vou seguindo o asfalto, nos pouco mais de 35 km que me levam à cidadezinha calçada, pracinha com Matriz, bancos no passeio, coisas que fazem o prazer de toda cidade do interior mesmo. E tão perto da gente, que é até facil pensar em ir só para sentar na praça e ver o movimento. Programa besta, mas com uma sensação de passado mais importante do que viver correndo igual doido na cidade grande.
Então começa a estrada de terra, e ai o prazer aumenta; um verdadeiro tunel de bambu é o que cruzo agora. Em seguida não aguento, paro após uma pontezinha e fico namorando o riacho que passa, beira d´água com cheiro de barro, uma  ou outra orquidea querendo florescer e a sensação de que a vida, por mais frenetica que seja, ainda é bela, e recantos assim dão motivos prá querer sempre o melhor.
O natureba que tenho em mim renasce forte, e voltar aqui para acampar passa a ser sonho, hoje impossível porque a puliça num deixa! Mas sonhar pode né? Então, volta pro carro, que na frente o batente espera.
Chego um pouco mais tarde do que o previsto; me apresso em cumprir a tarefa e miro o carro de volta prá casa. Mas acho que o almoço vai ser mais tarde: tem tanta coisa prá olhar na volta que na ida deixei de ver!