Jeito Moleque

Jeito moleque, jeito non sense;
sei lá qual é o jeito, aquele trejeito que diferencia o ser humano.Tem gente fechada, aberta demais, tem pessoas que pensam que ser´sério é que é chique; deixa eu ir aqui, brincando com as palavras até chegar a um consenso.
Me perguntaram o porquê da minha porção menino ficar mais à flor da pele do que meu jeito homem. Engraçado, dito assim fica parecendo que sou irresponsável, leviano, não encaro com responsabilidade as coisas diarias. Mas não é isso: na verdade eu uso a brincadeira e a leveza com os problemas como forma de diminuir a tensão natural do dia a dia.
Jà foi o tempo em que um cinquentão como eu era um cara de oculos, meio barrigudo e careca, sedentário e  cheio de conselhos prá dar. Hoje, penso eu, a velhice chega muito mais tarde, depois da casa dos 60 (acho que no meu caso, se chegar lá, só vou estar velho mesmo depois dos 70!) e por conta disso é necessário se adaptar a caras como eu, meio zonzos com uma longevidade mental inesperada.
Fazer o que, se vivi me estressando tanto que só percebi o desconcerto que é isso depois que perdi minha mãe? Fazer o que, se descobri tardiamente que viver é um ato noturno, onde o fim do dia determina um recomeço? E sendo assim, recomeçar já cansado não leva a lugar algum!
Vou continuar sendo um velho sem noção mesmo... antes assim! Ainda tem gente que ri das minhas palhaçadas, outros que criticam pelas costas, mas o lombo é meu e é dele que devo cuidar: não ponho em minha cangalha nada que não consiga carregar!